Invertebrados Aquáticos - Mussismilia braziliensis (Verrill, 1868) - Coral-cérebro-da-bahia
Classificação Taxonômica | |
---|---|
Grupo Classe: Ordem: Família: Espécie: Nome Vulgar: | Invertebrados Aquáticos Anthozoa Scleractinia Mussidae Mussismilia braziliensis (Verrill, 1868) Coral-cérebro-da-bahia |
Categoria de Ameaça | |
Categoria Validada: Critério Validado: Presença Lista Anterior: | VU A3e |
Justificativa | |
Mussismilia braziliensis é endêmica do Brasil, sendo registrada para a Bahia e Espírito Santo. O Banco de Abrolhos possui a maior parte da população (≥ 90%) da espécie, que é uma das principais construtoras dos recifes da região. Em algumas áreas do Banco foram detectados declínios em subpopulações de corais, situadas fora do Parque Nacional dos Abrolhos (Parcel das Paredes, APA Estadual Ponta da Baleia, Recifes Itacolomis e RESEX do Corumbau) (Francini-Filho et al. com. pess. 2012). Na região de Abrolhos a espécie tem sofrido com a incidência e proliferação da “praga branca”, que é reconhecida como causa da mortalidade de corais-cérebros em outras regiões do mundo (Caribe e Indo-Pacífico). A praga-branca é causada por um consórcio de bactérias que se tornam patogênicas com a elevação da temperatura da água. Com base em um modelo quantitativo na região de Abrolhos e levando-se em conta as condições atuais de temperatura da água, foi previsto que, nestas condições, Mussismilia braziliensis estará praticamente extinta em 100 anos (redução de 99% da população). Os principais parâmetros considerados foram: taxas de prevalência, cobertura relativa inicial, a taxa de crescimento do coral, e a progressão da doença. Esses parâmetros foram acompanhados durante 3 anos (2005 a 2007). Se forem considerados os prognósticos de aumento de temperatura das águas superficiais dos oceanos, os danos causados pela doença podem ser mais severos/críticos. Se a proliferação de patógenos continuar nos níveis atuais, a redução populacional projetada será de 45% em 3 gerações (30 anos). Portanto, Mussismilia braziliensis foi categorizada como Vulnerável – VU, pelo critério A3e. | |
Especialistas | |
Alline Figueira de Paula – UFRJ, Ana Lídia Bertoldi Gaspar – UFF, Bárbara Segal Ramos – UFSCAR, Beatrice Padovani Ferreira – UFPE, Carlos Eduardo Leite Ferreira – UFF, Débora de Oliveira Pires – MN/UFRJ, Elizabeth Gerardo Neves – UFBA, Fábio Negrão Ribeiro de Souza – Secretaria, Municipal de Meio Ambiente, Caravelas, BA, Fernanda Maria Duarte do Amaral – UFRPE, Liana de Figueiredo Mendes – UFRN, Ronaldo Bastos Francini-Filho – UFPB, Sérgio Nascimento Stampar – UNESP, Zelinda Margarida de Andrade Nery Leão – UFBA | |
Referências | |
Castro, C. B. (1994). Corals of Southern Bahia. Pages 160-176 in B. Hetzel and C. B. Castro. Corals of Southern Bahia. Nova Fronteira, Rio de Janeiro. Castro, C.B. & Pires, D. O. (1999). A bleaching event on a Brazilian coral reef. Rev. Bras. oceanogr., 47(1):87-90. Castro, C. B. & Pires, D. O. (2001). Brazilian coral reefs: What we already know and what is still missing. Bulletin of Marine Science, 68: 1-15. Castro C.B. & Segal, B. (2000). Laudo Biológico: Reserva Extrativista Marinha do Corumbau, BA. Conservation International do Brasil (CNTP/IBAMA). 27p Castro, C.B., B. Segal, D. O. Pires & M. S. Medeiros. (2006) Distribution and Diversity of Coral Communities in the Abrolhos Reef Complex, Brazil In: Dutra, G. F., Allen, G. R., Werner, T. & McKenna, S. A (eds.). A rapid marine biodiversity assessment of the Abrolhos Bank, Bahia, Brazil. RAP Bulletin of Biological Assessment. Number 38. Coutinho, R., Villaça, R. C., Magalhães, C. A., Guimarães, M. A., Apolinário, M. & Muricy, G. (1993). Influência antrópica nos ecossistemas coralinos da região de Abrolhos, Bahia, Brasil. Acta Biol. Leopoldensia 15 (1):133-144. Creed, J.C. (2006). Two invasive alien azooxanthellate corals, Tubastraea coccinea and Tubastraea tagusensis, dominate the native zooxanthellate Mussismilia híspida in Brazil. Coral Reefs 25: 350 De Paula, A.F. (2007). Biologia reprodutiva, crescimento e competição dos corais invasores Tubastraea coccinea e Tubastraea tagusensis (Scleractinia: Dendrophylliidae) com espécies nativas. Tese de doutorado. Universidade Federal do Rio de Janeiro. 108 pp. Dutra, G. F., Allen, G. R., Werner, T. & McKenna, S. A (eds.) (2006). A rapid marine biodiversity assessment of the Abrolhos Bank, Bahia, Brazil. RAP Bulletin of Biological Assessment. Number 38 Fracini-Filho, R.B., Moura, R.L., Thompson, F., Reis, R.D., Kaufman, L., Kikuchi, R.K.P. & Leão, Z.M.A.N. (2008). Diseases leading to accelerated decline of reef corals in the largest South Atlantic reef complex (Abrolhos Bank, Eastern Brazil). Mar. Pol. Bul. 56:1008-1014. Francini-Filho, R., Reis, R. M., Meirelles, P. M., Moura, R. L., Thompson, F. L., Kikuchi, R. K. P. & Kaufman, L. (2010). Seasonal prevalence of white plague like disease on the endemic Brazilian reef coral Mussismilia braziliensis. Lat. Am. J. Aquat. Res. 38(2):292-296 Laborel, J. 1969. Madreporaires et hydrocorallaiaires récifaux des côtes Brasiliennes. Systématic, écologie, repartition verticale et geographique. Annls Inst océanogr. Paris. 47: 171–229. Laborel, J. 1970. Les peuplements de madréporaires des cotes tropicales du Brésil. Annls Univ. Abidjan (Ser. E) 2(3): 1–260. Leão, Z.M.A.N. (1996). The coral reefs of Bahia: morphology, distribution and the major environmental Leão, Z. M. A.N. (1999). Abrolhos - the South Atlantic largest coral reef complex. In C. Schobbenhaus, D. A. Campos, E. T. Queiroz, M. Winge & M. Berbert-Born, eds. Sitios geológicos e paleontológicos do Brasil http://www.unb.br/ig/sigep/sitio090/sitio090.htm. Nunes, F., Fukami, H; Vollmer, SV; Norris, RD, Knowlton, N (2008). Re-evaluation of the systematic of the endemic corals of Brazil by molecular data. Coral Reefs. 27:423-432 Obura, D., Fenner, D., Hoeksema, B., Devantier, L. & Sheppard, C. (2008). Favia leptophylla. In: IUCN 2012. IUCN Red List of Threatened Species. Version 2012.1. Pires, D.O., Castro, C.B. & C.C. Ratto (1999). Reef coral reproduction in the Abrolhos Reef Complex, Brazil: the endemic genus Mussismilia. Marine Biology 135: 463-471 Pires D. O., Segal B. & Caparelli A.C. (2010). Reproductive effort of an endemic major reef builder along an inshore–offshore gradient in south-western Atlantic. Journal of the Marine Biological Association of the United Kingdom, XX: 1 - 4. Pitombo, F.; Ratto, C.C. & Belém, M.J.C. (1988). Species diversity and zonation pattern of hermatypic corals at two fringing reefs of Abrolhos Archipelago, Brazil. In: J.H. Choat et al. (eds.). Proc. 6th Intern. Coral Reef Symp., Australia, 2:817-820. Segal, B. & Castro, C.B. (2000). Slope preferences of reef corals (Cnidaria, Scleractinia) in the Abrolhos Archipelago, Brazil. Boletim do Museu Nacional, Nova Série, Zoologia (418):1-10. Segal-Ramos, B. (2003). Corais e comunidades recifais e sua relação com a sedimentação no Banco de Abrolhos, Brasil. Rio de Janeiro, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Museu Nacional, Tese de Doutorado. 133p. Wallace, C. C. (1999). Staghorn Corals of the World. CSIRO, Collingwood. |
Redes Sociais